Kathia Zanatta

Kathia Zanatta

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Profissional autônoma, Sommelière de Cervejas e Engenheira de Alimentos. Sócio-diretora do Instituto da Cerveja Brasil e CluBeer. kathia.biersommelier@gmail.com; kathia.zanatta@institutodacerveja.com.br; Cel: (19) 98122 3274

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como harmonizar cerveja com comida de boteco


Aprenda a combinar rótulos de variados estilos e sotaques com deliciosos petiscos
Sophia Braun | 18/08/2011
VEJA SP


Cada petisco pede uma cerveja: existem cerca de 90 estilos da bebida. O universo da cerveja é tão grande quanto o do vinho e também pede harmonizações corretas com a comida que acompanham. “É possível encontrar mais de noventa estilos descritos”, afirma Kathia Zanatta, sommelière especializada na bebida. A técnica usada na produção de cada cerveja bem como a composição de ingredientes conferem sabores, aromas e consistências particulares a cada uma delas.


Com a curadoria de Kathia, destacamos dez conhecidos tipos da bebida e ensinamos a harmonizá-los com comida de boteco (e alguns pratos mais incrementados também). A combinação ideal pode mudar a sua percepção da cerveja e apresentá-lo a rótulos inusitados.
Confira abaixo:

American Lager
Popularmente chamadas de pilsen, são as mais comuns. Suas caracterísitcas são leveza, baixo amargor e coloração amarelo-claro. Harmonização: alimentos leves, como saladas de folhas, frango e peixes brancos grelhados. Também podem acompanhar batatas fritas, bolinha ou pastel
de queijo. Exemplos: Bohemia, Skol, Brahma, Nova Schin, Itaipava e Original.

Bière Brut
O processo de fabricação é o mesmo dos champanhes, chamado de ‘champenoise’. São normalmente cítricas e com aromas florais. No Brasil, custam, em média, de R$ 75 a R$ 250 a garrafa. Um investimento que pede pratos à altura.
Harmonização: ostras e mariscos, lagosta, queijo grana padano, torta de maçã e outras sobremesas à base de frutas cítricas.
Exemplos: existem apenas quatro rótulos no mundo todo, sendo dois brasileiros, Eisenbahn Lust e Wäls Brut, e dois belgas, DeuS e Malheur.

Bock
Escuras e com teor alcoólico mais elevado, em torno de 6,5%. Apresentam notas carameladas e suavemente tostadas, com dulçor residual — aquele sabor adocicado que permanece e às vezes se prolonga na boca — e médio amargor.
Harmonização: salmão grelhado, fondue de queijo, salame, presunto cru, aperitivo de filé-mignon acebolado, escondidinho de carne-seca, croquete, picanha fatiada, calabresa e queijos como gouda e parmesão. Exemplos: Baden Baden Bock, Einbecker Ur-Bock Dunkel, Paulaner Salvator, Flensburger Winterbock.

British Barley Wines
Como o próprio nome sugere, são verdadeiros "vinhos de cevada". Bastante alcoólicas e licorosas, trazem notas caramelizadas de frutas vermelhas e, com frequência, de vinificação.
Harmonização: torta de noz-pecã, creme brûlé, tábua de queijos fortes, como gorgonzola, roquefort e parmesão, porção de castanhas (nozes, amêndoas, macadâmias e avelãs, entre outras).
Exemplos: Thomas Hardy's Ale, Fuller's Golden Pride, Schmitt Barley Wine, Baladin Elixir.

Brown Ale
Leves, com notas de caramelo, baixo amargor e um toque frutado. Harmonização: pizza de peperoni, aperitivo de filé-mignon acebolado, bolinho de carne-seca, calabresa acebolada, caldinho de feijão com bacon. Exemplos: Brooklyn Brown Ale, Newcastle Brown Ale, Klein Brown Ale.

Irish Red Ale
De coloração avermelhada a marrom, essas cervejas de origem irlandesa são leves, pouco amargas e apresentam aroma e sabor suaves de caramelo, ‘toffee’ e até mesmo tostado.
Harmonização: pastel de carne, bolinho de carne-seca, batata frita com cheddar, mix de castanhas.
Exemplos: Kilkenny Irish Beer, Murphy's Irish Red, Mistura Clássica Cheers Red Ale, Way Red Ale.

Pale Ale
As versões conhecidas como British e American Pale Ale têm amargor médio e sabor suave de caramelo. A primeira traz notas adicionais herbais, enquanto que a segunda apresenta maior citricidade e notas florais, em razão das variedades de lúpulos utilizadas.
Harmonização: "fish and chips", carpaccio, queijos como emmental e gruyère, escondidinho de frango, lula à doré, batata frita, podendo levar queijo cheddar derretido por cima.
Exemplos: Marston's Pedigree, Fuller's ESB, Baden Baden 1999, Bierland Pale Ale, Backer Pale Ale.        

Stout
São dominadas por aromas e sabores de café e chocolate, que variam de intensidade e teor alcoólico dependendo do subestilo (Dry, Imperial, Extra etc.). Como regra geral, são escuras, apresentam notas tostadas marcantes e amargor médio a intenso.
Harmonização: picanha e outras carnes vermelhas grelhadas, sobremesas à base de chocolate, como musse, petit gateau e tiramisu, e sorvetes de creme, coco ou chocolate. As versões mais suaves vão bem com croquete de carne, quibe e carne-seca desfiada.
Exemplos: Guinness Draught, Murphy's Stout, Brooklyn Dry Stout, La Brunette, Coopers Best Extra Stout, Baden Baden Stout, Klein Stout, Colorado Ithaca.

Weizenbier
Também conhecida como weissbier, é uma cerveja de trigo de origem alemã, normalmente turva pela presença de fermento em suspensão. Apresenta notas aromáticas de cravo e banana e seu amargor é baixo. Por ser bastante carbonatada (gasosa), é também muito refrescante.
Harmonização: filé à parmigiana, salsicha de vitela, polenta e mandioca fritas, provoleta, bolinho de bacalhau, escondidinho de camarão, risotos leves e suaves, pizza de brócolis com alho e torta de maçã.
Exemplos: Paulaner Hefe-Weissbier, Erdinger Weissbier, Eisenbahn Weizenbier, Baden Baden Weiss, Bamberg Weizenbier, Backer Trigo e Colorado Appia.

Witbier
De origem belga, é feita à base de trigo e leva cascas de laranja e sementes de coentro, o que lhe confere notas cítricas e condimentadas. Possui baixíssimo amargor e corpo leve. Também conhecida por Bière Blanche.
Harmonização: bruschetta, ceviche, sashimi, omelete de aspargos, casquinha de siri, bolinho de camarão e queijos como mussarela de búfala e coalho. 
Exemplos: Hoegaarden, Blanche de Namur, Blanche de Bruxelles.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Evento com Cervejas Baladin no bar Bierboxx

 http://www.drinkon.com.br/oferta/cidade/sao-paulo

Conheça cervejas ideais para espantar o friozinho do inverno


Por: Juliana Crem

As cervejas são facilmente associadas aos dias quentes de verão. Afinal, por vivermos em um País tropical, a maioria das cervejarias industriais investe nas propagandas que ligam a bebida aos dias de verão e ao churrasco ao ar livre. Todavia, a bebida também pode – e deve – ser amplamente consumida no inverno. “Os estilos mais alcóolicos e encorpados costumam ser os mais recomendados, já que o álcool ajuda na sensação de aquecimento do corpo”, destacou a Beer Sommèliere Kathia Zanatta, da capital paulista.
“Costumamos sugerir ainda cervejas mais robustas e com pouca carbonatação para o consumo nesta estação”, explicou Marcelo Ponci, zitólogo e sócio da empresa Cerveja Gourmet, que vende a bebida pela internet. Dentre os estilos mais indicados estão Bock, Weizenbock, Dubbel, Tripel, Strong Dark Ales, Stout, Barley Wine, Old Ale e India Pale Ale . Elas devem ser servidas entre 7 e 13°C: “quanto mais elevado o teor alcoólico, maior a temperatura de serviço”, ensinou Kathia, que recomendou servir estas cervejas em copos largos e de boca mais aberta, por serem mais aromáticas e complexas. “Uma taça de vinho tinto é excelente opção para quem não tem o copo certo de cada estilo. No caso da Barley Wine, um snifter (copo de conhaque) é ainda melhor”.
O mais bacana é que estas cervejas podem ser harmonizadas com pratos típicos da estação. “O bacana é fazer experimentações para ver o que realmente fica legal. Além disso, essas são cervejas para serem degustadas. É qualidade e não quantidade. O ideal é, com o paladar limpo, tomar um gole da cerveja, sentir suas características, provar o prato e ingeri-la novamente para ver como ficou”, disse Ponci. Kathia sugeriu algumas combinações gerais:
- Bocks (6,8% de álcool): carnes vermelhas grelhadas, fondue de queijo, frios como salame e presunto Parma;
- Weinzenbock (8,2%): carpaccio, goulash, carne de vitela e queijos azuis;
- Dubbel e Strong Dark Ales (entre 7 e 11%): cassoulet, queijos azuis e trufas de chocolate ao leite;
- Tripel (8,5%): paella, mexilhões, queijos azuis e raclette;
- Stout (5 a 10%, dependendo da variação): ostras, escondidinho de carne moída, torta de nozes pecan, chocolates amargo e meio amargo e tiramissú;
- Barley Wine (10,5%): castanhas variadas, queijos azuis e creme brulée; 
- India Pale Ale (7,5%): queijos azuis, enchilada de frango (panqueca de massa de milho mexicana), carne de faisão assada.

Coisa de mulherzinha: no mundo das Cervejas Especiais, elas têm vez


Por: Fernanda de Moraes Bonadia 
08/03/11 - 13h02 
InfoMoney

SÃO PAULO – "Depois de dar o treinamento, sempre faço a pergunta: Quem de vocês, ao me ver sentada em uma mesa de bar, pensaria que eu entendo de cerveja? E, então, vem a confirmação: ninguém". Kathia Zanatta é biersommelière, formada pela escola alemã Doemens Akademie e, hoje, ministra treinamentos para brigadas de bares e restaurantes e cursos de Sommelier de Cerveja na ABS (Associação Brasileira de Sommeliers).
"Parece clichê, mas muitas pessoas que vão para uma palestra sobre cervejas, esperam que o palestrante seja um homem barrigudo e de cabelos brancos. Então, apareço eu: mulher, jovem e sem barriga", explica Kathia, quebrando todos os paradigmas. "É a prova de que mulheres conhecem sobre cervejas e que cerveja, na dose certa, não engorda".
De acordo com o dono do e-commerce Cerveja Gourmet, Marcelo Ponci, "mesmo que ainda não na mesma proporção de homens, é crescente o número de mulheres que entendem e gostam de beber. Assim como é grande o número de homens que não sabem distinguir uma Kaiser de uma Bohemia".

O espaço delas
A loja virtual é especializada em cervejas importadas, artesanais e especiais. E é justamente nesse meio que Marcelo acredita que as mulheres se destacam e conquistam seu espaço. "Nosso público alvo não são os bebedores, mas sim, os apreciadores. E nesse universo, as mulheres se encaixam e vão cada vez mais conquistar espaço como experts", destaca.
O público feminino do site é de cerca de 400 mulheres, o que representa 25% a 35% dos usuários ativos cadastrados. As consumidoras costumam adquirir kits para presentes, e as cervejas mais leves – como Pilsner (de R$ 9,95 a R$ 17) e Weizen (R$ 7,8 a R$ 15,47) – e aquelas mais adocicadas – como as Fruitbiers, que têm frutas em sua composição.
Já na rede de quiosques Mr. Beer Cervejas, as mais vendidas para mulheres são a Weihenstephaner (cerveja de trigo com tons adocicado que lembram banana e cravo), por R$ 16,90, a Wells Waggle Dance (tem um rico sabor de mel), por R$ 31,90, e a Floris Kriek (muito perfumada e com sabor de cereja), por R$ 39,90.

Só para mulheres
Apesar de o Brasil destinar as propagandas das cervejas comerciais aos homens, existem cervejarias em países da Europa que lançam produtos exclusivamente para as mulheres. "Não significa que homens não podem beber", explica Kathia.
Um dos exemplos de sucesso é a Eve, da suíça Carlsberg. "Na verdade, é uma bebida mista de cerveja e suco de frutas, com baixo amargor e calorias, servidas em taças tipo flute, como uma champanhe", descreve. O site www.cardinal-eve.ch transmite bem o marketing utilizado.
Ela experimentou essa cerveja nos sabores lichia e maracujá. "Na minha opinião, é realmente ideal para as mulheres que não gostam de cerveja, mas querem acompanhar os amigos ou beber algo saboroso com estilo e preço acessível", avalia.

Cerveja doce
De forma geral, o paladar das mulheres aprecia as cervejas mais adocicadas, explica Kathia, e rejeita o gosto amargo mais do que os homens.
As cervejas de trigo alemã (Weizenbier) e belga (Witbier) são exemplos de bebidas com notas mais frutais e suavemente adocicadas. "A Weizenbier traz aromas que remetem principalmente à banana e especiarias como o cravo. A Witbier é sutilmente cítrica, em função da adição de cascas de laranja na sua composição", detalha a biersommelière.
Ainda há cervejas que trazem notas caramelizadas, amadeiradas, adocicadas ou o próprio teor alcoólico se sobressai ao amargor do lúpulo, como os tipos Old Ales, Brown Ales e Strong Ales.
"Só não podemos esquecer que toda regra tem sua exceção", pondera Kathia, "e algumas mulheres também gostam de estilos mais amargos". Além disso, os gostos se aprimoram com o tempo e com novas experiências sensoriais, o que faz com que elas encontrem seus próprios estilos e rótulos prediletos.

Cerveja com doce
Para as mulheres que não abrem mão de um doce, existem cervejas que armonizam muito bem com os mais variados pratos. "Com a combinação correta, cerveja fica maravilhosa com sobremesa", provoca Kathia.
Entre os exemplos citados pela especialista, estão: Trufas de chocolate com cerveja tipo Belgian Strong Dark Ale.
Sorvete de creme com raspas de chocolate meio amargo e cervejas tipo Imperial Stout e Stout. Torta de damasco ou damascos secos com cerveja tipo Belgian Tripel.

Cachaça para meninas?
Hoje, apesar de ainda existir muito preconceito para mudar, as mulheres conquistaram um espaço importante. E, dentro disso, está a criação de produtos tradicionalmente masculinos destinados a elas, seja a cerveja seja a cachaça.
"A linha Ypióca Saborizada reúne produtos voltados, principalmente, às mulheres e aos jovens de 18 a 25 anos, que apreciam bebidas alcoólicas mais suaves", explica a gerente de marketing do Grupo Ypióca, Cynthia Seretti.
Nesse grupo existem as Ypiócas Lemon, feita com suco e essência francesa de limão, e a Red Fruits, produzida com essência francesa de frutas vermelhas. Ambas têm 30% de graduação alcoólica e agradam pelo sabor realçado das frutas, o que lhes deixa mais refrescantes e suaves.
Outra combinação da marca é a Ypióca com Guaraná, com graduação alcoólica de 15%. "É uma bebida feita com o guaraná da Amazônia, uma fruta nativa brasileira, o que realça o poder energético do drinque", acrescenta Cynthia.